Bastante comum hoje em dia, o melasma atinge boa parte das mulheres entre 20 e 50 anos. “De cada dez pacientes que atendo na Clínica, pelo menos seis tratam de melasma”, diz a dermatologista Eveline Bartels, da clínica que leva seu nome em Belo Horizonte.
O motivo para isso é que, apesar de o melasma ser um transtorno dermatológico que não está associado a problemas de saúde, ele impacta diretamente na estética, podendo afetar muito a autoestima das mulheres. Como consequência, ele também pode causar grande impacto na vida social e profissional de quem sofre com a condição.
O que é o melasma?
"Para quem não sabe, melasma são aquelas detestáveis manchas escuras que aparecem no rosto sem pedir licença e não nos deixam mais”, resume Eveline. Tratam-se de manchas acastanhadas ou acinzentadas que surgem na pele, principalmente na região das maçãs do rosto, na testa e no buço, em decorrência do aumento da produção de melanina nessas áreas, causando uma superpigmentação.
Apesar de qualquer pessoa estar sujeita ao melasma, a dermatologista destaca que as mulheres devem ficar mais atentas ao problema, já que 90% dos casos ocorrem em mulheres com mais de 30 anos. “Estima-se que até 75% das gestantes e até 35% das mulheres em tratamento com anticoncepcionais são afetadas por essas manchas”, diz.
Tipos de melasma
De maneira geral, os melasmas têm aparência bastante similar, com manchas de diferentes tamanhos e de formato irregular, com tonalidade que pode variar do marrom claro ao mais escuro. Mas, isso não quer dizer que eles sejam todos iguais. A dermatologista explica que existem três tipos de melasma, confira quais são eles a seguir:
Melasma epidérmico
É quando a melanina se deposita na epiderme, ou seja, na camada mais superficial da pele. Por conta disso, trata-se do melasma mais fácil de tratar, já que não é preciso chegar às camadas mais profundas.
Melasma dérmico
Como o nome sugere, é quando o depósito excessivo de pigmento atinge a derme, camada mais interna da pele, podendo estar ao lado de vasos sanguíneos, nervos e outras estruturas anatômicas. Por isso mesmo, seu tratamento é mais dificultado.
Melasma misto
Ocorre quando o depósito pigmentar atinge tanto a derme quanto a epiderme, sendo possível que uma área apresente maior concentração de melanina que a outra.
Identificar o tipo de melasma é essencial para encontrar o tratamento que trará melhores resultados. Ainda de acordo com Eveline, o ideal é sempre procurar um(a) dermatologista, para que, por meio de uma avaliação, seja possível identificar o tipo de melasma e direcionar para o tratamento mais adequado.
Causas do melasma
Conforme explica a Dra. Eveline Bartels, o melasma não possui uma causa definida, estando atrelado a diversos fatores, conforme listados abaixo:
A dermatologista alerta que o melasma também pode ocorrer em mulheres não grávidas e que não façam o uso de pílulas anticoncepcionais, principalmente caso exista o fator genético. Por isso, use sempre filtro solar!
Como evitar o melasma
Agora que vimos os principais fatores de risco que acarretam o melasma, é hora de saber como evitar que o problema apareça ou, em muitos casos, que ele piore. “O calor contribui para a piora das manchas”, explica a dermatologista, “para se ter uma ideia, o vapor do banho quente, do forno, da sauna e até do carro fechado já pioram o problema”, diz. Veja outras dicas:
Segundo a dermatologista, são condutas do dia a dia como essas, feitas com muita disciplina, as principais ferramentas para amenizar e retardar o aparecimento de melasmas.
Melasma tem cura? Quais os tratamentos possíveis?
Infelizmente, a resposta para a primeira pergunta é não. O melasma é uma condição crônica que, mesmo com tratamentos, tende a reaparecer caso não sejam tomados alguns cuidados, como os acima mencionados. “É muito importante que o portador dessas manchas se cuide para evitar o rebote, que é o retorno delas, algumas vezes pioradas”, diz Eveline.
A boa notícia é que hoje em dia existem, sim, alguns tratamentos que amenizam bastante o problema, devolvendo a autoestima de quem sofre com o melasma. Abaixo, a Dra. Eveline Bartels lista os principais:
Cremes de uso diário
Não, ninguém está falando de cremes tradicionais encontrados em lojas de cosméticos ou farmácias que, sem a orientação de um dermatologista, podem até piorar o aspecto da pele. Mas, a Dra. explica que cremes clareadores desenvolvidos e indicados para o seu tipo de melasma são fundamentais não só no clareamento como também na fase de manutenção, por inibirem a síntese de melanina.
Peeling
Por ajudarem no processo de renovação da pele, removendo a melanina depositada na camada superficial da pele, peelings são muito bem-vindos de acordo com a dermatologista, mas desde que sejam superficiais. “O peeling profundo irrita os melanócitos (célula que pigmenta a pele) e ajuda no rebote do melasma”, ressalva.
Remédios de via oral
Atualmente, no mercado, existem boas opções antioxidantes e produtos que auxiliam na despigmentação da pele e no aumento da fotoproteção. Lembrando que eles nunca devem substituir o protetor solar diário.
Microagulhamento + Drug Delivery
A técnica, que sempre deve ser feita com acompanhamento de um especialista, consiste em perfurar a pele com centenas de agulhas para aplicar, imediatamente, substâncias que ajudam no clareamento, como vitamina C, ácido tranexâmico, resveratrol, entre outros.
Laser
Segundo Eveline, esta opção de tratamento pode auxiliar tanto no clareamento quanto na renovação celular, mas é preciso ter bastante cuidado para evitar o efeito rebote. Por isso, o melhor é sempre procurar acompanhamento médico. “O laser mais moderno da atualidade é o PicoSure, que tem tido excelentes resultados no tratamento do melasma. A combinação de luz e impacto age ‘explodindo as manchas’, eliminando o tecido danificado e estimulando a formação de novas fibras de colágeno, assim como a produção de elastina, responsável pela capacidade da pele de voltar ao estado original”, explica a dermatologista.
Sobre tratamentos caseiros, Eveline indica investir em hábitos básicos de cuidado com a pele, começando pelo uso diário do filtro solar. E não desanime! “Por mais que o melasma seja uma doença crônica e não tenha cura, o tratamento, se feito de forma correta, é bastante eficaz e pode apresentar resultados muito satisfatórios e duradouros”, finaliza a especialista.
» Procure sempre um profissional de saúde para obter orientação especializada.
Créditos: Conteúdo originalmente publicado no blog Dicas de Mulher
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